quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A história por detrás das lentes.



E por séculos continuei minha insignificante vida tentando pelo menos alguma vez trilhar meu caminho para a luz. Deveria ser esse o meu destino manifestado pelos deuses, mas algo que por milênios esqueci-me de seguir. A verdade é que o tempo que eu fiquei desacordada foi em exato trinta anos luz comparado ao que eu fiquei viva, um ano luz. No total não foi algo justo o período pelo qual eu pude redimir todos os blecautes que eu causei nos corações arrependidos e nas mágoas tecidas por mãos de ouros.


Parcas me disseram que eu Fugi da morte, mas não poderia fugir mais um período sequer. Elas estavam certas. Nem mesmo a maldição da deusa Diana pode me segurar por mais tempo. Nem mesmo o ressalvo da divindade do espírito pode tomar forma da imensidão do abismo no qual eu entrava.


Sob todas as maldições eu da segunda era listarei aquelas mais importantes, aquelas pelas quais sobressairão no futuro, pois por causa dessas maldições que foi criado o presente e poderíamos dizer que por acaso a terceira era também. Por causa dessas maldições que explicaremos os acontecimentos.


Essas maldições são extensas, precisará de tempo para lê-las, pois cada uma conta a sua relíquia e cada uma conta a sua discórdia. Cada uma tem o seu ápice e cada uma tem o seu abismo. Cada uma tem um personagem, cada uma tem seu desfecho.


No primeiro momento todas foram criadas na primeira era como dizia a lenda,quando havia o controle das Trinitas. Todas elas Governavam com seus defeitos, pois meus caros, deuses também tem defeitos quando nos tratamos de deuses do porte delas. [histórias a parte]. Elas foram amaldiçoadas por Raymon, com atributos de o melhor feiticeiro, bruxo, controlador permanente do spiritu e das maledicta passio. Suas maldições foram feitas antes delas morrerem, mas todas têm uma história.


Kandra.


A lenda diz que por seus olhos não se passavam sombras de luz e o vento raramente tocava sua face em busca de amor. Pois cada vez que alguém partia seu coração era remoído e nem mesmo a inocência de seu ANGELUS INNOCENS a salvaria da dor de carregar o mundo nas costas.


Sim, Kandra amava alguém no fundo de sua alma. Não admitia nem sob custódia ou como chamavam naquela época sob os olhos de Rahk, pois seu amor poderia trazer problemas para todo o reino por mais que seu ANGELUS INNOCENS fosse a pessoa mais bem quista e caridosa do governo. O único que sabia dessa história de amor às escondidas, mais por parte de Kandra do que pelo próprio puro que as únicas coisas que poderia oferecer para a deusa quando o visitava era um chá e um pedaço de bolo que ele mesmo fazia, o único que sabia era Raymon que partilhava-se de conselheiro de Kandra tentando ajudá-la, embora ela quase nunca o ouvisse.


De qualquer forma o amor cresceu demais e Kandra um dia chegou aos aposentos de Angelus Innocens e trouxe-lhe vinho e sopa de ervas, os dois conversavam animadamente, pois a única pessoa que conseguia ganhar sorrisos e aquiescias de Kandra era o próprio Innocens. Naquele mesmo dia ela trouxe à tona a sua maldição.
Pois ao banhar-se no pecado escondido, tramado com grande martírio Kandra envolveu-se pela primeira vez ao amor. De forma que agora o mundo que ela carregava era um filho, que por mais que ela tentasse esconder muitos já sabiam que aquele filho não era de Mirian e sim da inóspita e sombria Kandra, que muitos tinham medo e por medo não comentavam nada sobre o assunto.


Kandra não tinha mais o sorriso do amado para encontrar, pois Angelus Innocens foi proibido de receber visitas de qualquer um. Ela o visitava escondido, mas a esperança de tirá-lo de lá era maior. Quanto mais tentava menos conseguia e sua raiva abrandada antes, fervilhava na cabeça das irmãs que tinham que fingir que não viam e por muitas vezes sentir compaixão da sofredora irmã que um dia sentiu no rosto o doce desejo de amar.


Daquele em dia em diante não foi somente o amor que acabou sua face mudou completamente e daí em diante todos conhecem o fim da história.


Mirian.

Desde os séculos todos conhecem a grande mãe, a mãe que amou tudo e a todos de coração e alma até o fim de sua vida. Por fim, são poucos que conhecem a verdadeira história por qual essa mulher corajosa passou.


A sua maldição foi o equilíbrio inatingível. De forma que sua atração pelo perigo tornasse ela mais fraca por mais que ela não aceitasse isso, a explicação?
Em largos períodos de pergaminhos que sobreviveram e pensamentos ressurgidos consta apenas como Mirian amou com todo o seu amor o único merecedor do seu coração, Kalleby. Pois tão grande era o seu amor que ela faria qualquer coisa para tê-lo ao seu lado, nem que isso levasse o ódio de suas irmãs. O simples fato de ter alguém que pudesse entendê-la e compartilhar a liberdade pela qual ela tanto almejava já a fazia ter por algo viver.


Mostrando o próprio o como seu amor era correspondido os dois viveram a história mais bonita e trágica em relatos, de amor, pois no ato de amar loucamente os dois perdiam a razão de sua existência enquanto o que se apoderava era como as tristezas não precisavam ser marcadas na carne.


Como todos sabem Mirian teve Jasmine, mas os relatos não contam que antes mesmo de ela ter Jasmine ela havia tido outro bebe, essa era sua maldição, ela tinha tido Angeluz e maldiçoada Angeluz foi perdido entre os planetas, pois ninguém nunca ouviu falar dele, muito menos de algum mérito que ele havia ganhado. Angeluz foi esquecido até mesmo nos próximos relatos, pois sua existência só traria confusão, além de que a maldição não acaba ali, pois para sorte de nossa querida deusa mãe ela teria que passar pelo desespero em pessoa e tristeza amarga para no fim conseguir alcançar a glória de entender tudo no final.


Infelizmente ela se perdeu nesse caminho.


Dianely.

A maldição de Dianely só lhe foi dada no fim de sua vida, pois Raymon mesmo sendo velho trazia pela deusa uma paixão louca, que para ele, era pura demais para maldições. Mas no fim, quando ele soube da aproximação da deusa com o Arcanjo Dalquiel, que de curiosidades para muitos, com a guerra, o tempo que ele ficou, ele recebeu medalhas de promoções e ao término de sua vida morreu como Serafim Dalquiel, mas o que vem ao caso agora é que a princesa e querida pelo povo Dianely também sofreu as conseqüências de um amor verdadeiro.

Ela teria que ficar por mais tempo com a posse e os poderes e mesmo que isso pareça bom para vocês, o real significado das separações delas era que os poderes se retraem e uma pessoa com todos os poderes, ou melhor, com três poderes, tem grande chance de ter suas moléculas vitais explodidas e seu corpo degolado. Por essa razão o simples fato de Dianely perder o controle já podia matar sua pequena filha que tentava sobreviver ao caos.


No entanto, a dificuldade tornou-se surreal na hora de ter a garota. Dianely morreu e deixou a pequena vagando pelo planeta, sim, houve a última e única sobrevivente e ela se perdeu por tantos planetas que andou. Ela encontrou com sua irmã depois de longos anos, mas já era tarde estava enclausurada no mundo dos espelhos.


Sim, cada geração tem o seu dever a seguir. A geração de Kandra sabe que depois que sentir o primeiro amor não sentirá mais o toque deste e a geração de Mirian a tornasse mais confiante e forte, pois o seu erro é acreditar nunca conseguir. A geração de Dianely terá que agüentar a sobrecarga até o final, pois é impossível vencer algo sem a sua plena ajuda, aliás, sem a ajuda de todos.

Entender o que está sobre as entrelinhas é o fato mais inusitado de conseguir entender tudo.


Obrigada pelo texto Suzana, pois sem seu conhecimento na livraria da Era I Eu nada teria conseguido.


Sabrina.


segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Um encontro com a morte.



Antes mesmo que se possa falar sobre recomeçar, antes mesmo que se possa reiventar ideias construtivas deve-se prezar o sofrimento para se alcançar seus desafios.




E a morte me seria a melhor delas.




Ah! Morrer parece uma palavra tão estranha, embora com significados tão tristes: Mudar, ir para outro lugar, passar dessa para melhor - ou até mesmo pior.




E o meu erro foi querer experimentar essa droga ofuscante capaz de transformar os mais quietos em seres obscuros e os mais temíveis em fervorosos. Ah! Esse nome que mexe com as crenças de todos os países, as mentes dos criminosos, as ideias dos suicidas, os amores ilusórios.




E o experimento mexe profundamente com qualquer um. Morrer trás mudanças e cada vez mais sofredoras. Passar pelos oito sistemas que regem o universo e parar em uma sala escura onde a luz que te ilumina é a luz dos seus problemas.




Ou melhor, da sua reflexão.




E na primeira pergunta eu padeço no erro:


-O que você achou de sua experiencia com a vida? Se é que sua vida se resume a mais do que coma, medo e amor. Qual é o porquê dessa resignação com o seu passado ou com quem te criou já que você é fruto e provavelmente igual ao que você chama de desgraça?




Enfrentar a solidão e as duras reflexões da morte é reviver cento e cinquenta vezes e em todas elas martirizar pelo perdão. É criar barreiras profundas de tristeza e tentar esconder o que você realmente é.




E no final achar uma luz que sai de uma janela no canto direito do quarto. Abrí-la e ao passar sentí-la esmagando seu ventre da mesma forma que você esmagou as pessoas em volta de ti. Sim, eu odiaria pensar em como causei isso tudo.




No final então saio feliz, embora machucada, meus órgãos indispensáveis a sobrevivência humana estão fraquejando, seu funcionamento já não tem raízes e meu respirar pestaneja por mais um minuto de sossego.




Eu ainda não morri, mas estou perto de desfalecer.




Lágrimas escapam de meus olhos e sua risada se faz presente no meu único órgão que ainda funciona, posso ver a morte me consumindo e ah! Morrer é pior que ser um carraspana em noite lúcida de verão. Morrer é criar marcas no abismo e decair duzentas vezes antes de ter certeza que pode piorar.




E sofrer é queimar as víceras no odor das breves desvaneias, no soluçar de uma mãe, na tristeza de um depreciado e nas olheiras sem dormir de uma criança febril.




É então fechar os olhos como forma de perdão e perceber que pode haver melhora, que pode haver uma mudança inexplorável, a redenção eterna.




É saber pedir silêncio, acalmar a voz do coração, congelar os desvaneios. É ter misericórdia para com os outros, aceitação com os seus erros e saber melhorar.




É perceber que qualquer ser pode transformar suas ações, curar o físico (embora o psicológico nunca esqueça das cenas deploráveis pelo qual passastes). É chorar não pelo desânimo, mas pela infinita certeza de alegria, da chuva que percorre o seu novo corpo.




E na pessoa que agora você pode se tornar.




Não menosprezo as dores que sentirás com essa mudança, nem porquanto a solidão que por um momento terás, mas não machucará muito mais do que você teve que passar para chegar até aqui. Para colar as partes do seu coração, para lembrar que foi preciso mudar e que talvez, tenha valido a pena.




Sassá.



segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Carta ao Vazio.




Se é que se pode convencer o vazio de que pode haver algo pior do que ele, aqui estou como prova. Se é possível fazer perguntas para o tempo: eu odiaria pensar que eu mesma o sou. Se é possível esvaziar o ar que nunca foi retido eu gostaria de aprender a fazê-lo.

E você, meu caro vazio, me pergunta: Por que andas tão só?

E eu não consigo responder-lhe por meio de falas. O que era para ser uma carta apenas é um desabafo para quem nunca desabafou. Em pensar o quanto a felicidade pode ser duradoura, a tristeza pode ser profunda.

E sua segunda pergunta, meu caro vazio, ainda soa em minha memória..." Será que não haveria como mudar?"

Ah...Como é estranho pensar em um papel queimado e tentar voltá-lo ao papel com ideias brilhantes que ele era. Posso ser comparada a isso, pois eu não enxergava o quão brilhante eu era e só percebi quando senti as chamas me queimarem e ao ver no que me tornei.

E o meu desabafo me leva a uma única suposta ideia: Você existiu para me orientar. Posso ver você se tornar uma pessoa amada e eu o vazio que todos repugnam, que esquecem.

Apenas isso. Sua pergunta continua soando... Mas não há resposta, por enquanto. Não estou conseguindo mudar. E todos entendem o que é por isso passar. Preciso de respostas! E esse carta ainda não serve para isso. Apenas para pensar. Apenas para desabafar.

Para o Vazio, Sabrina.
Meu nome verdadeiro, se entendem.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Lembrando...




Dessa vez decidi lembrar de algo tão remoto e que as vezes decidimos esquecer. Sim, este nosso passado que passa sem ser visto por todos nós.

Saber que vc já foi feliz e que as pequenas paredes que vc construiu pensando ser forte eram apenas areias a serem molhadas e despedaçarem trazendo remotamente mudanças.

Ao invés de construir paredes mais fortes que pudessem acalentar meu coração, que me fizessem ainda ter sua mão estendida a mim eu decidi mudar de lugar e congelar minhas paredes.Congelar meu coração.

Por fim, decidi desistir da vida um pouco perfeita que eu tinha. Das pessoas perfeitas que me rodiavam e ah! Quão é triste quando voce percebe que tudo poderia ter sido diferente. O quanto medo voce teve da vida. O quanto de medo voce teve de ser voce!

E eu fugi, fugi dessa vida...

E procuro uma maneira de voltar a sorrir.

Se é que ainda existe no mundo alguma forma de ser feliz.

domingo, 7 de novembro de 2010

O espelho.






Esse tempo todo o que pude sentir foi o tempo escapando pelas minhas mãos. Criando asas cada vez mais densas e destruindo o que seria uma 'vida social.'

"Sobrecarga!" Alguns diziam.

Mas eu sabia que tinha algo mais.

Não somente a vida me apunhalava pelas costas. Não somente a vida me dizia que tudo viria por água a baixo. Era você.

E o espelho que parecia estar tão longe de mim de repente apareceu. Tomou sua forma revigorada e decidiu mostrar, entre partes, o que um dia eu nunca pensei ver. Ainda Vejo a sua rachadura dividindo o meu rosto em duas partes, a mesma rachadura que há um tempo eu fiz...

A mesma rachadura que me corrói a alma.

Acho que o brilho dos olhos pode ser a única coisa que eu verei... Enquanto minhas cicatrizes destroem o que sobrou de um coração. A realidade foge dos meus pensamentos e eu começo a achar que tudo começou do dia em que entrei em coma.

Acho que ainda não acordei. Estou parada, sem fazer nada. Esperando sua reação. Esperando que lembre que eu existo. Esperando que faça algo.

Mas como sempre ninguém faz nada. E o que algum dia alguém fez, não é mais possível.

Posso chorar, mas minhas lágrimas não terão sentido. Posso morrer, mas meu coração ainda não foi destruido.

Por enquanto posso esperar... Por que os anos continuam a passar como a chuva sempre passa um dia. Como um dia todos por mim passaram e agora posso ver alguns chorando, enterrados, ou lembrando do que um dia eu fui. Do que eu ainda quero ser.

A simples humana sorridente que pode esperar os anos passarem... Sentada na varanda em uma cadeira de balanço, respirando o orvalho instigando minhas narinas. Podendo sorrir pela vida bela...

Em um lugar onde o espelho quebrado não faz muito sentido...