segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Carta ao Vazio.




Se é que se pode convencer o vazio de que pode haver algo pior do que ele, aqui estou como prova. Se é possível fazer perguntas para o tempo: eu odiaria pensar que eu mesma o sou. Se é possível esvaziar o ar que nunca foi retido eu gostaria de aprender a fazê-lo.

E você, meu caro vazio, me pergunta: Por que andas tão só?

E eu não consigo responder-lhe por meio de falas. O que era para ser uma carta apenas é um desabafo para quem nunca desabafou. Em pensar o quanto a felicidade pode ser duradoura, a tristeza pode ser profunda.

E sua segunda pergunta, meu caro vazio, ainda soa em minha memória..." Será que não haveria como mudar?"

Ah...Como é estranho pensar em um papel queimado e tentar voltá-lo ao papel com ideias brilhantes que ele era. Posso ser comparada a isso, pois eu não enxergava o quão brilhante eu era e só percebi quando senti as chamas me queimarem e ao ver no que me tornei.

E o meu desabafo me leva a uma única suposta ideia: Você existiu para me orientar. Posso ver você se tornar uma pessoa amada e eu o vazio que todos repugnam, que esquecem.

Apenas isso. Sua pergunta continua soando... Mas não há resposta, por enquanto. Não estou conseguindo mudar. E todos entendem o que é por isso passar. Preciso de respostas! E esse carta ainda não serve para isso. Apenas para pensar. Apenas para desabafar.

Para o Vazio, Sabrina.
Meu nome verdadeiro, se entendem.

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